Abstract
Um movimento que transporta convenções de interfaces digitais (botões, janelas, mensagens de sistema, ícones, entre outros) para textos impressos é o fenômeno em foco neste trabalho. Inicialmente, discuto a importância cultural das interfaces digitais em três dimensões: pensando-as como diálogo, como mídia remediada e como sistema semiótico específico, constituído de convenções que lhe são próprias. Em seguida, analiso seis textos que usam convenções de interface em sua composição multimodal, buscando, em diálogo com estudos e categorias do Design de Interação, elementos para esclarecer quais questões são essenciais na compreensão do que se espera do leitor hoje, com esses textos e essas novas formas de produzir sentido.
Highlights
A movement that carries conventions of digital interfaces is the phenomenon in focus in this work
Assim como fez Bakhtin com o conceito de polifonia, tomando-o como metáfora da música para a literatura, é possível usar a noção de polifonia para entender as vozes em diálogo nas interações mediadas por interfaces e, mais ainda, para entender como esse processo de metacomunicação emerge de forma híbrida como mais uma das vozes em diálogo nos textos multimodais que usam elementos de interfaces digitais em seu enunciado
A área de trabalho das interfaces desktop é a superfície mais básica, uma área de contenção que pode ser sobreposta por outras, com iguais propriedades e formas de interação
Summary
Desde Ribeiro (2008), entendemos que ler e navegar são operações distintas no processo de produção de sentidos. Hiperlinks, janelas, botões, menus, mensagens de sistema, barras de rolagem e de progresso, são exemplos de convenções que operam a navegação digital, nas mais diversas experiências - da cópia de um arquivo entre dispositivos de memória à interação em redes socais. O movimento que a pesquisa geradora deste artigo detectou é que passamos a deslocar, como produtores de textos, as convenções de interfaces digitais da ordem da navegação para a ordem da leitura. Para além da discussão sobre a natureza artística dos elementos de interfaces digitais, o pensamento de Johnson nos ajuda a compreender a importância cultural, simbólica e cognitiva das interfaces digitais e dos sistemas de informação, criados para aproximar o processamento digital de uma escala humana de compreensão. As chamadas “interfaces de usuário”, com as quais interagimos mais comumente, seriam a última fronteira de relações descrita por Boomen (2014) ou ainda essa camada “de nível mais alto” proposta por Signorini e Cavalcanti (2010), não ignorando relações fronteiriças entre diferentes camadas
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