Abstract

A pesquisa científica contemporânea sobre as crenças e experiências religiosas tem, cada vez mais, enfatizado a importância de reconhecê-las como fenômenos naturais submetidos aos mesmos mecanismos evolutivos, cognitivos e neuronais que caracterizam outras formas do comportamento humano. De uma perspectiva evolucionista, tais crenças e experiências só se tornaram possíveis graças ao desenvolvimento e à ação concatenada de várias estruturas no cérebro, em função das exigências próprias do processo de adaptação biológica. A Ciência Cognitiva da Religião tem também indicado como a experiência religiosa pode ser explicada a partir de processos perceptivos, linguísticos e cognitivos básicos. Tais abordagens parecem cada vez mais convergir para uma compreensão das origens naturais da religião, ainda que por vezes divirjam nos detalhes e recortes utilizados. O presente artigo tem como objetivo apresentar uma revisão dessas contribuições, discutindo sua fundamentação empírica e suas limitações teóricas e metodológicas. Os autores abordam as funções cognitivas que estariam na gênese da crença em agentes e fenômenos sobrenaturais e na vivência do ritual religioso. São também apresentados estudos sobre as bases neurofisiológicas da crença e da experiência religiosa, incluindo investigações recentes sobre sua modificação por meio de neuromodulação. Os autores concluem discutindo implicações dessas pesquisas para o campo mais amplo da ciência da religião.

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