Abstract

Cloaca (2000-2010), de Wim Delvoye, consiste em um conjunto de máquinas desenvolvidas para produzir “merda real industrializada” em museus e galerias de arte. Após descrição sumária da série, desdobramos nossa análise em três eixos: o primeiro baseado na articulação psicanalítica entre merda e dinheiro; o segundo na diferenciação formulada geneticamente por Gilbert Simondon (1989) entre estética, técnica e religião; e o terceiro no conceito de máquina, formulado por Gilles Deleuze e Félix Guattari (1972). Por fim, comparamos Cloaca e Anal Kisses (2011), projeto do mesmo artista, e buscamos identificar alguns vetores culturais que incidiram na recepção desigual dos dois projetos.

Highlights

  • Wallace apresenta o projeto nos seguintes termos: Descrito pelo artista como uma “máquina de merda”, Cloaca Original, 2000, como as sete obras que a sucederam rapidamente, é simplesmente isso: uma máquina computadorizada concebida com o objetivo de fabricar merda real, feita à máquina, no contexto aberto da galeria de arte ou do museu (WALLACE, 2011, p. 217, todas as traduções são nossas)

  • Icaro ferraz vidal junior 521 se faz senão pelo isolamento e pela fragmentação da mediação entre o homem e o mundo; e, segundo o princípio colocado, essa objetivação de uma mediação deve ter por correlativo, em relação ao centro neutro primitivo, a subjetivação de uma mediação; a mediação entre o homem e o mundo se objetiva em objeto técnico como ela se subjetiva em mediador religioso (SIMONDON, 1989, p. 163-164)

  • 528 consumo, estética, técnica e religião em cloaca, de wim delvoye à lógica do consumo, mas parece tentar abrir uma brecha através do reenquadramento do ânus, maquiado como boca

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Summary

Introduction

Wallace apresenta o projeto nos seguintes termos: Descrito pelo artista como uma “máquina de merda”, Cloaca Original, 2000, como as sete obras que a sucederam rapidamente, é simplesmente isso: uma máquina computadorizada concebida com o objetivo de fabricar merda real, feita à máquina, no contexto aberto da galeria de arte ou do museu (WALLACE, 2011, p. 217, todas as traduções são nossas). Um ano após a produção de Personal Cloaca, Delvoye produz Super Cloaca (Figuras 13 e 14) que retoma a grande escala, mas, desta vez, em uma relação de proporcionalidade com a eficácia produtiva.

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