Abstract

As comunidades quilombolas estão distribuídas em todo território brasileiro, vivendo de atividades de subsistência como agricultura e pecuária. O estudo dessas populações contribui para o registro dos saberes, da cultura e biodiversidade associada. O presente trabalho objetivou analisar o conhecimento sobre a diversidade de plantas úteis do Castainho, Garanhuns – Pernambuco. A pesquisa foi conduzida por meio de entrevistas semiestruturadas, associada a técnica da turnê-guiada que consiste em coletar as espécies citadas com ajuda de um especialista local. Após coleta as plantas, foram secas em estufa a 40ºC, preparadas em exsicatas e levadas para identificação. Os dados das entrevistas foram categorizados no Excel. Análises estatísticas foram realizadas no software Bioestat 5.3. Como resultado, 64 pessoas participaram entre homens (25%) e mulheres (75%). A faixa etária dos informantes variou de 18 a 91 anos, com maior frequência na faixa de 47 a 57, idade em que houve maior número de citações. Foram registradas 158 etnoespécies dispostas em 68 famílias botânicas compostas por espécies nativas (40%) e exóticas (60%) indicadas principalmente como alimento e medicinal. A fragmentação territorial da comunidade e a expansão imobiliária no seu entorno são fatores associados localmente a redução da diversidade, o que pode justificar o menor índice de plantas nativas. A falta de interesse entre os mais jovens e o esquecimento relatado pelos idosos podem comprometer a transmissão do conhecimento. As mulheres possuem forte participação na manutenção das práticas tradicionais Elas constituem um caminho para fortalecer as relações bioculturais no Castainho.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call