Abstract
O objetivo deste artigo é analisar como o caju, espécie endêmica do nordeste com ampla representação simbólica e cultural desde o período colonial, foco de ações pioneiras de patrimonialização na década de 1970, atualmente representa uma perda de 90% no campo. A abordagem teórica utilizada considera o conceito de cultura alimentar da antropologia em diálogo com a sociologia da cultura e da alimentação. Ao problematizar a crise oriunda da padronização dos hábitos alimentares, que também reflete uma crise identitária, conclui-se que a efetividade políticas culturais no âmbito da cultura alimentar exigem uma construção multidisciplinar e interinstitucional, que considere a complexa rede de relações na qual as práticas, saberes e fazeres se inserem. No âmbito da cajucultura, sobretudo da agricultura familiar, essas ações têm caráter de urgência.
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