Cistotomia e uretrotomia como medida terapêutica para urolitíase em cão da raça poodle: relato de caso

Abstract

A urolitíase se refere a presença do cálculo em qualquer parte do sistema urinário sendo considerada em animais com sensibilidade dolorosa no abdômen, incontinecia urinária, hematúria e polaciúria. O uso de técnicas minimamente invasivas é preconizado como intervenção terapêutica, no entanto o nível tecnológico e especialização da equipe inviabiliza seu uso rotineiro. O objetivo deste trabalho é relatar a ténica de cistotomia e uretrotomia convencional como medida terapêutica em um cão da raça poodle diagnosticado com urolitíase. Foi atendido em uma clínica-escola de Medicina Veterinária, um cão macho, da raça poodle, de oito anos de idade, pesando 3.8 Kg, com queixa principal de dor abdominal, no exame físico foi observado hiporexia, disúria, hematúria, incontinecia e urina com odor fétido, ataxia e dificuldade em pular. O exame ultrassonográfico identificou presença de urólitos em bexiga e uretra. A cavidade abdominal foi acessada por meio de celiotomia medial retro-umbilical, como suporte de acesso ao lumem da bexiga pontos de ancoragem foram realizados e o órgão foi incisado na porção hipovascular, já a uretra foi isolada e uma incisão longitudinal relizada. Os urolitos foram localizados e removidos com auxílio de pinças anatômicas. Para o fechamento da bexiga foi utilizado uma técnica de sutura em camada dupla sendo simples separado seguido de Cushing e uretra com pontos simples separados, ambos com polidiaxanona 4-0. O tratamento cirúrgico por meio da uretrotomia e cistotomia em pacientes com urolitíase pode ser viável na rotina cirúrgica e quando a técnica correta é utilizada dispensa o uso de microscópio cirúrgico.