Abstract

Este artigo se propõe a compreender a circulação e a apropriação da pedagogia personalizada e comunitária no Brasil de 1959 ao final dos anos de 1960. Inicialmente, faz uma síntese dessa proposta educacional concebida por Pierre Faure, padre jesuíta francês que amalgamou o movimento da Escola Nova e a tradição pedagógica católica. O foco é colocado sobre as operações de circulação e de apropriação da pedagogia personalizada e comunitária, procurando verificar seu circuito católico e franco-brasileiro por meio de diferentes estratégias e constatar seu uso em colégios católicos por meio de recursos didáticos que personalizavam e incitavam à socialização o trabalho dos alunos. Tendo como fontes artigos científicos, livros e relatórios técnicos em português e em francês, busca-se estudar a pedagogia fauriana em movimento na educação brasileira.Palavras-chave: pedagogia personalizada e comunitária, circulação.

Highlights

  • Distanciando-se de uma tradição historiográfica que lia somente o confronto entre pioneiros e católicos a partir da publicação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, Carvalho (2003) enuncia o uso da Escola Nova pelo grupo católico

  • This article aims at understanding the circulation and appropriation of the personalized and communitarian pedagogy in Brazil from 1959 to the end of the 1960s

  • It summarizes this educational proposal conceived by Pierre Faure, a French Jesuit priest who amalgamated the New School movement and the Catholic pedagogical tradition

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Summary

Pedagogia personalizada e comunitária

A proposta pedagógica fauriana foi tecida pelas experiências educativas que Pierre Faure conheceu – na França e sobretudo em países europeus – e coordenou e pelo contato que teve com obras de diversos pensadores e educadores em perspectiva histórica (Faure, 2008). A pedagogia personalizada e comunitária é uma bricolagem de diversos métodos de ensino filtrados pelo catolicismo jesuítico de Pierre Faure, que contemplava a dimensão espiritual na formação integral da escolarização e rechaçava o naturalismo pedagógico, que concebia o ser humano sem pecado original. Os primeiros são formados inicialmente pela programação – seleção de conteúdos e técnicas realizadas pelo professor para estimular o trabalho pessoal do estudante, que deve se adequar às prescrições de regiões e países, mas deve ir além delas –; plano de trabalho definido pelo estudante; uso de guias ou fichas para o trabalho pessoal do estudante, o que não dispensa a aula coletiva do professor; e material didático, formado por biblioteca de sala de aula ou uma comum a várias salas com livros e documentos, material sensório-motor, material audiovisual, bem como material de autocontrole do aluno. O ensino personalizado e comunitário procurava proporcionar uma educação integral, que incluía a dimensão social e a dimensão espiritual de corte católico-jesuítico

Circulação multiforme
Apropriações em colégios católicos
Considerações finais
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