Abstract

Resumo: As demandas das comunidades negras rurais, antes de 1988, estavam diluídas na agenda de lutas de categorias como a de trabalhadores rurais. Com a promulgação da Constituição, a emergência do termo "comunidade remanescentes de quilombos" faz também emergir uma pauta específica. Nesse quadro, o papel dos cientistas sociais na produção de laudos técnicos periciais e de trabalhos acadêmicos tornou-se um ponto central na discussão das percepções sobre o "quilombo". A partir disso, analisamos a relação entre os pesquisadores do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (PNCSA) e as comunidades quilombolas de Salvaterra, Ilha do Marajó, Pará, participantes das oficinas de produção de mapas que geraram um fascículo intitulado: Quilombolas da Ilha de Marajó: Pará. Objetivamos investigar, a partir de levantamento de dados e de pesquisa de campo, como as relações entre os atores da cartografia converteram-se em ferramentas políticas na luta por direitos socioterritoriais das comunidades quilombolas. Apontamos que as relações sociais entre PNCSA e quilombolas configuram-se, de um lado, como formas de contestação das formas históricas de desrespeito e injustiça e como instrumento de politização do movimento quilombola e, de outro, como afirmação e consolidação acadêmica da prática de pesquisa do Projeto.

Highlights

  • Before 1988, the demands of Black rural communities were diluted in the agenda of social struggles of wider categories such as rural workers

  • É possível acatar, portanto, que dessa relação decorrem problemas práticos e teóricos (Bourdieu, 1997) e efeitos diversos tanto do lado do pesquisador que passa a estar vinculado a práticas de pesquisa imanentemente ligadas a uma atuação política junto aos sujeitos pesquisados, como do lado do movimento social quilombola, que passa a acionar conhecimentos técnicos antes alheios, possibilidades de fala dentro da própria Academia e estabelecer contatos, constituindo outras redes sociais voltadas à consecução de seus direitos sociopolíticos

  • Do lado do movimento social quilombola, por sua vez, notou-se a apropriações de termos, de visões ligadas aos pesquisadores na forma de organizarem uma reunião na associação quilombola, na referência a um fazendeiro, na postura diante das instâncias do poder

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Summary

Introduction

Before 1988, the demands of Black rural communities were diluted in the agenda of social struggles of wider categories such as rural workers.

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