Abstract
Estudos em todo o mundo apontam para a ocorrência de padrões de mobilidade distintos entre mulheres e homens, que são explicados, em grande parte, pela divisão sexual do trabalho. Este esforço de pesquisa objetivou caracterizar essas diferenças para a realidade urbana brasileira. Para isso, inicialmente foram levantadas hipóteses acerca das desigualdades na mobilidade por gênero e sua relação com a divisão sexual do trabalho. Para cada hipótese levantada, indicadores foram definidos e estimados com base nos mais recentes dados de pesquisas OD domiciliares de três capitais brasileiras, representando regiões distintas do país. Os resultados obtidos para cada capital foram então comparados e discutidos, assim como analisada a evolução temporal das desigualdades na mobilidade por gênero em São Paulo, entre 2007 e 2017. Conclui-se que há evidências empíricas para validar a maioria das hipóteses levantadas, mostrando que de fato há diferenças nos padrões de deslocamentos de mulheres e homens no meio urbano brasileiro.
Highlights
Studies worldwide indicate differences between women’s and men’s mobility pa@erns, mainly caused by the sexual division of labor
Portanto, contribuir com o conhecimento cientıico e técnico a partir de aná lises empıricas dos dados de mobilidade referentes a cidades representativas de três regiõ es do Brasil (Nordeste, Sudeste e Sul), expandindo-se a compreensã o desse fenô meno urbano brasileiro, contexto ainda pouco abordado nas pesquisas voltadas a esse tema
Face à indisponibilidade desse dado nas pesquisas analisadas, assumiu-se, como premissa nessa aná lise, que a proporçã o de viagens de base nã o-domiciliar de um determinado segmento poderia representar uma proxy do encadeamento das viagens nesse grupo, já que em uma viagem encadeada apenas a primeira e a ú ltima pernas sã o de base domiciliar, enquanto as demais sã o de base nã o-domiciliar
Summary
O gênero tem sido apontado pela comunidade cientıica como um fator preponderante na diferenciaçã o de necessidades de deslocamentos. No Brasil, destaca-se o estudo de Svab (2016) que apresenta a evoluçã o dos padrõ es de deslocamento de mulheres e homens na Regiã o Metropolitana de Sã o Paulo a partir das pesquisas OD domiciliares do metrô para os anos de 1977, 1987, 1997 e 2007. Portanto, contribuir com o conhecimento cientıico e técnico a partir de aná lises empıricas dos dados de mobilidade referentes a cidades representativas de três regiõ es do Brasil (Nordeste, Sudeste e Sul), expandindo-se a compreensã o desse fenô meno urbano brasileiro, contexto ainda pouco abordado nas pesquisas voltadas a esse tema. As conclusõ es e recomendaçõ es deste trabalho sã o apresentadas na Seçã o 6
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