Abstract

Utilizando as categorias de análise de Antonio Gramsci em sua intrínseca espacialidade, bem como explorando as fortes conexões geográficas ligadas ao desenvolvimento desigual que toca ao processo histórico da formação social brasileira, e em especial as ligações com a geopolítica mundial e a divisão internacional do trabalho a este desenvolvimento inerentes, o artigo discute as condições que forjaram o golpe de Estado contra Dilma Rousseff no ano de 2016. A abordagem proposta volta-se para a crítica seja da explicação economicista, seja daquela que despreza as relações sociais que se enraízam na produção capitalista. Busca-se com isto uma interpretação em termos de totalidade social, que é o sentido da crise orgânica em Gramsci, pondo em evidência as relações entre estrutura, espaço e superestrutura. Do ponto de vista do processo histórico da formação social brasileira, o artigo parte de um diálogo com interpretações clássicas e atuais que fornecem elementos à definição do problema do desenvolvimento desigual em suas relações internas e internacionais. A conclusão indica que o golpe brasileiro de 2016 resultou de uma complexa imbricação entre as contradições internas da formação social nacional, elas mesmas de aberta expressão espacial, e os mais recentes interesses geopolíticos dos Estados Unidos.

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