Abstract

Este artigo se debruça sobre o processo de fotodocumentação de Mario Cravo Neto na cidade de Salvador. Para isso, dedica-se a análise do seu livro Bahia, cuja narrativa volta-se para as belezas e as mazelas das paisagens naturais e humanas desta cidade, com foco na classe trabalhadora de baixa renda. Suas fotografias, realizadas entre os anos 1968 e 1980, não apelam para a estetização da pobreza nem para a representação exótica e pitoresca da capital baiana, e algumas delas se distanciam da ideia de fotografia como espelho do real ao explorar sombras e silhuetas, desfoques e borrões provocados, respectivamente, pela contraluz ou iluminação precária e pelo uso de baixas velocidades do obturador da câmera. O esforço é trabalhar a tensão presente no trabalho de Cravo Neto, especialmente no diálogo que faz com a tradição reformista da “Fotografia Social” e com os fotógrafos ligados à reportagem engajada.

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