Abstract
Ecos dos empreendimentos da norte americana Ford Motor Company em Belterra-PA e Fordlândia-PA são os principais elementos de estudo e análise, o qual buscou questionar o desenvolvimento colonizador na região do Rio Tapajós, Pará. A construção da investigação proposta partiu da vivência de campo, pesquisa bibliográfica e poética que resultou na obra audiovisual denominada “Bela Terra”. Nela se vê os fragmentos da História brasileira e de sua posição num contexto global de exploração a partir das representações visuais e simbólicas que evidenciam o impacto na formação da identidade cultural dos povos que vivem na Amazônia.
Highlights
"Bela Terra" é um dos resultados obtidos dentro desse processo de investigação artística
A partir da vivência com comunidades ribeirinhas do Rio Tapajós (PA), as intrincadas relações de poder do Estado-capitalhomem, tornou-se o foco principal desta investigação
As comunidades ribeirinhas de Nazaré e do Lago do Marai também estão situadas nessa região e compartilham, junto ao Povo Munduruku, de semelhantes problemas de isolamento espacial, educacional, político, cultural e comunicacional (SANTOS, 2018)
Summary
De acordo com Sena (2008), Fordlândia provocou grandes mudanças na cultura local, alterando relações de trabalho e da vida de seus habitantes. Podemos apresentar os elementos estruturantes dessa experiência em Belterra: 1) um conjunto de procedimentos, usos e apropriação do território alheio à gente do lugar, sob a racionalidade do lucro e do uso da técnica mais sofisticada que, na prática, representou um processo de expropriação da natureza das famílias que lá moravam antes da chegada da empresa de Henry Ford; 2) a destruição ou o desarranjo dos modos de vida preexistentes no lugar, com o recrutamento de sua população na área rural e seu deslocamento para a cidade recém-criada para atender às necessidades de mão de obra da Companhia, sendo que o seu ajustamento ao novo modo de vida urbano se deu por meio de um processo de (re)socialização na cidade, que visava constituir o novo tipo humano, disciplinado e hierarquizado, necessário à atividade industrial; 3) o uso predatório da natureza, causado principalmente pelo grande desmatamento e pelas queimadas; 4) a enunciação dos estereótipos e a sociabilidade de evitação por parte dos americanos, pré-figuradas e estimuladas pelo desenho hierarquizado das moradias na cidade, que expressavam a premissa de industrializar a selva, levando até ela a civilização do homem branco; 5) um tipo de urbanização que ainda não havia sido experimentado na região e que contrastou com a pobreza e precariedade dos serviços existentes, no período, nas cidades da Amazônia. A exemplo do documentário “Fordlândia, um império perdido na Amazônia (2008)”, dirigido por Marinho Andrade e Daniel Augusto, que entrevista sobreviventes da época em que a cidade ainda estava em funcionamento
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