Abstract
Carlos Gomes é assunto obrigatório em uma pesquisa musicológica que se propõe a estudar o período de transição da ópera italiana (1870-1890). Ao lado de uma escrita evoluída, encontra-se uma técnica conservadora, fortemente ligada às convenções da primeira metade do século XIX, compondo o universo criativo do operista brasileiro na organização do discurso dramático do espetáculo ou na caracterização rápida de seus personagens. Propõe-se para esse estudo discutir o termo bel canto a partir de uma revisão bibliográfica de autores e tratados que pavimentaram a visão moderna que temos sobre o assunto e, em seguida, identificar e analisar a presença de gestos do bel canto na vocalidade gomesiana. Com o propósito de demonstrar que procedimentos pertencentes à velha escola (primo ottocento) são constantemente retomados por Gomes, selecionamos as óperas Fosca e Maria Tudor para aplicação dos resultados – obras consideradas de vocalidade ousada dentro da produção do operista.
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