Abstract

O propósito do artigo é demonstrar através da análise dos documentos de natureza repressiva, os elementos destacados pela Justiça Militar para compor o rastro de perseguições aos intelectuais entre outros setores sociais que ousaram desafiar a (s) Ditadura (s). O mapeamento completo, envolvendo as estratégias de combate ao “comunismo”, englobando conhecimento dos partidos e dos seus quadros militantes, foi acumulado por órgãos policiais e militares ao longo do século XX. Buscamos acompanhar, através desses registros, a trajetória política do intelectual Jacob Gorender. Como jornalista, envolveu-se na discussão sobre a participação brasileira na II Guerra Mundial, ingressando em 1943 na FEB. Antes, porém, Gorender tornou-se comunista, recrutado por Mário Alves em 1942. Até meados dos anos sessenta, atuou como militante e dirigente do PCB, quando resolveu ingressar no PCBR, fundado em 1968. O historiador, nos momentos iniciais do Golpe de 1964, já com a vida devastada pela Comunidade de Informação e Segurança, experimentou a clandestinidade, prisão, tortura e censura aos seus escritos entre outros abusos que atingiram também os amigos mais próximos, companheiros de partido e familiares. O cruzamento dessas informações com os textos memorialísticos ajudam a compreender as artimanhas da repressão política e os diferentes projetos de Revolução em curso.

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