Abstract

RESUMO É cada vez mais sensível a grande profusão de distintas formas de narratividade (auto) biográfica na sociedade contemporânea. A partir do que apresentam pesquisas em diferentes campos dos estudos em linguagem, faz-se incontestável a heterogenericidade com que diversas formas de narração do eu em diferentes tons de autorreferência têm insurgido numa sociedade altamente midiatizada e globalizada. Nesse entrever, ancorados no edifício teórico da análise dialógica do discurso em confluência com estudos que se debruçam sobre as escritas de si, propomo-nos a discutir a ressignificação como ato característico do movimento de autorreferência constitutivo da autobiografia e de algumas outras formas de narrativas do eu. Dentre outras observações, destacamos, na construção discursiva de textos autorreferentes, como a autobiografia, um entrecruzamento entre sentidos, memórias e vivências em uma relação de ressignificação sob a luz do que o sujeito não só foi como agora é.

Highlights

  • The great profusion of different forms ofbiographical narrativity in contemporary society is increasingly sensitive

  • Ao observarmos etimologicamente o termo autobiografia, vemos em cena, de forma objetiva, o seu significado enquanto a escrita ou, melhor, registro da vida, do grego, bíos, vida e gráphein que, por sua vez, está para escrever, desenhar, gravar, entre outras possibilidades (MITIDIERI, 2010), sugerindo formas de relato que vão além da linguagem em sua face verbal

  • Revista de Estudos do Discurso a publicar a artigo em questão em suas duas versões, português e inglês

Read more

Summary

Do preâmbulo autobiográfico à autobiografia moderna

Ao observarmos etimologicamente o termo autobiografia, vemos em cena, de forma objetiva, o seu significado enquanto a escrita ou, melhor, registro da vida, do grego, bíos, vida e gráphein que, por sua vez, está para escrever, desenhar, gravar, entre outras possibilidades (MITIDIERI, 2010), sugerindo formas de relato que vão além da linguagem em sua face verbal. Quando disseminado em outras sociedades, o relato autobiográfico figura como forma de endosso a um hábito do colonizador, marcas de influência dessa colonização que submete o colonizado a uma prática prestigiada que não lhe seria característica. Tais mudanças na forma de concepção das noções de sujeito ganham espaço na Modernidade, momento em que o sujeito começa a descobrir que cada indivíduo é irrepetível e único, denotando um valor evanescente para o vivencial, o que, por sua vez, configura o ato de registro de si como forma de ganho para uma herança cultural comum. Tais postulações são claramente identificáveis nas teorias de estudiosos como Philippe Lejeune, pesquisador com consideráveis investigações na área dos estudos acerca das escritas do eu e a demarcação do que ele condicionou inicialmente por espaço autobiográfico (LEJEUNE, 2014)

Lejeune e o espaço autobiográfico
Situação do autor
A autorreferência ressignificada
Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.