Abstract

Em contexto de expansão do sofrimento psíquico, inclusive no meio acadêmico, o modelo biomédico e a medicalização das dores humanas revelam-se ineficazes. A partir dessas provocações e do interesse em construir uma ação calcada na humanização da atenção à saúde mental criou-se o projeto de extensão “Garimpando o cotidiano” na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM. O objetivo da iniciativa é realizargrupos de elaboração da experiência para promover a saúde mental da população de Diamantina (MG), abarcando as comunidades universitária e externa. A Fenomenologia é o referencial adotado, pois essa corrente fundamenta a valorização da atenção em acontecimentos cotidianos como estratégia de cuidado. A metodologia inspira-se no Programa Grupo Comunitário de Saúde Mental de Ribeirão Preto e na Terapia Comunitária Integrativa. Todos os encontros são abertos e de participação voluntária e incluem momentos de compartilhar elementos culturais reconhecidos como belos e acontecimentos significativos do dia a dia. Em 15 meses, realizaram-se 43 encontros: 23 nos dois CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da cidade, 2 em outras instituições de saúde e 18 na UFVJM, totalizando 1001 participantes. Cumpriram-se e superaram-se as metas estipuladas. O relato dos graduandos e pós-graduandos envolvidos e o retorno dos participantes indicam a pertinência da iniciativa em suscitar atenção aos processos pessoais e interpessoais de cuidado. Valorizar a beleza e riqueza do cotidiano favorece o empenho de cuidado com o outro e consigo mesmo, bem como capacita profissionais em formação a reconhecerem que toda pessoa possui habilidades, dificuldades, sofrimentos e capacidade de resiliência.   

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