Abstract
Introdução: Conforme avançamos no desenvolvimento de antimicrobianos, observamos novas formas de resistência bacteriana decorrente da seletividade proveniente do uso irracional destes fármacos. Emerge uma espécie capaz de causar graves infecções especialmente em ambiente nosocomial: Acinetobacter baumannii. Ao produzir mecanismos de resistência, adapta-se a meios menos favoráveis, o que o torna pauta de debates mundiais no que tange ao futuro da antibioticoterapia por ser responsável por altas taxas anuais de mortalidade decorrente de infecções hospitalares. Apesar disso, há escassez de dados epidemiológicos que promovam a conscientização, especialmente no Brasil. Objetivo: Reunir informações acerca dos aspectos imunológicos decorrentes da colonização por esta bactéria e mecanismos de defesa envolvidos nos casos de indivíduos infectados. Metodologia: Revisão de literatura através da análise de artigos dos bancos Pubmed e Scielo, obteve-se informações sobre formas de transmissão, doenças associadas, reações imunológicas causadas e principais formas de resistência. Resultados: Frequentemente, as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) brasileiras detectam casos de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). Nos casos em que as cepas de Acinetobacter baumannii são responsáveis, geralmente apresentam resistência aos antimicrobianos disponíveis, causando altos custos financeiros no tratamento e taxa de mortalidade de aproximadamente 47% por conta da fragilidade imunológica e realização de procedimentos invasivos. Conclusão: O paciente colonizado por A. baumannii se torna um agente de transmissão indireta de patógeno ao ambiente hospitalar e as infecções são severas, portanto, elucidar os modos de transmissão e perfil de resistência é de extrema relevância clínica e epidemiológica, considerando a escassez de dados epidemiológicos.
Highlights
As we progress in the development of antimicrobials
to the selectivity resulting from the irrational use of these drugs
A species emerges capable of causing serious infections
Summary
No século XXI, concomitante ao avanço científico e tecnológico construído no ramo da microbiologia, observamos também o surgimento de uma grande problemática no que diz respeito à manutenção da saúde de pacientes fragilizados: a resistência bacteriana decorrente da maior pressão seletiva proveniente do uso de antibióticos. É considerado um patógeno bacteriano emergente por apresentar elevada patogenicidade e alta capacidade de disseminação entre pacientes hospitalizados e acometidos de enfermidades mais severas, além da colonização dos profissionais de saúde, o que pode gerar surtos e epidemias (Wroblewska, et al, 2004). Acinetobacter baumannii tem forma de bacilo em sua fase de crescimento e cocóide na fase estacionária, gramnegativo, oxidase-negativo, imóvel, é a segunda espécie não fermentadora mais isolada em seres humanos por estar presente na microbiota da pele em indivíduos não hospitalizados (Perez, et al, 2007). Em decorrência da fragilização da primeira barreira antimicrobiana, a epiderme, somada à supressão imunológica enfrentada por pacientes internados, sugere-se que a colonização da pele pode ser considerada fator de risco para o desenvolvimento de infecções graves, como pneumonias e bacteremias. Suas poucas exigências nutricionais somadas aos fatores de resistência a antimicrobianos como produção de betalactamases cromossomais ou plasmidiais e, hiper expressão do gene cefalosporinase cromossomal do tipo C (AmpC), alteração de porinas e bomba de efluxo, combinadas com tolerância à diversas condições físicas como umidade, temperatura e pH fazem da A. baumannii um patógeno emergente de grande importância clínica (Goel & Kapil, 2001)
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