Abstract

Neste artigo, descrevem-se alguns recursos utilizados pelos falantes do Tapirapé, uma língua da família Tupí-Guarani, para codificarem fonte e confiabilidade da informação. Sabe-se que todas as línguas possuem algum mecanismo para expressar a fonte de informação, embora nem todas apresentem a evidencialidade como uma categoria gramatical. Diferentemente do Português e de outras línguas que empregam significados lexicais para discriminar fonte da informação, verifica-se que no Tapirapé a modalidade epistêmica é expressa por meio de partículas que ocupam a segunda posição na sentença, e que também podem expressar tempo. Apesar de o tempo não ser uma categoria básica nessa língua, e de não haver morfemas de tempo afixados ao verbo, observa-se que a indicação temporal é imbricada à modalidade e decorrente desta. Diferentes partículas que transmitem o mesmo posicionamento do falante em relação ao conteúdo informacional proferido assinalam diversos tipos de tempo. Os dados aqui apresentados, em sua grande maioria, foram obtidos em situação real de fala e coletados nas áreas indígenas Tapirapé/Karajá e Urubu Branco, entre os anos de 2002 e 2007.

Highlights

  • This paper describes some of the resources used by speakers of Tapirapé, a language of the Tupi-Guarani family, to encode source and reliability of information

  • Agrupa verbos transitivos e intransitivos ativos e diferencia os intransitivos ativos dos descritivos

  • Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1988. (Coleção Reconquista do Brasil, v. 2)

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Walkíria Neiva Praça

Resumo: Neste artigo, descrevem-se alguns recursos utilizados pelos falantes do Tapirapé, uma língua da família Tupí-Guarani, para codificarem fonte e confiabilidade da informação. Sabe-se que todas as línguas possuem algum mecanismo para expressar a fonte de informação, embora nem todas apresentem a evidencialidade como uma categoria gramatical. Diferentemente do Português e de outras línguas que empregam significados lexicais para discriminar fonte da informação, verifica-se que no Tapirapé a modalidade epistêmica é expressa por meio de partículas que ocupam a segunda posição na sentença, e que também podem expressar tempo. Apesar de o tempo não ser uma categoria básica nessa língua, e de não haver morfemas de tempo afixados ao verbo, observa-se que a indicação temporal é imbricada à modalidade e decorrente desta. Diferentes partículas que transmitem o mesmo posicionamento do falante em relação ao conteúdo informacional proferido assinalam diversos tipos de tempo.

Aspectos da modalidade epistêmica em Tapirapé
Série III r relacional

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