Abstract
A tradição historiográfica marca o ano 476 como o fim do Império Romano no Ocidente, ficando a manutenção das estruturas imperiais, a partir de então, restrita aos territórios orientais de cultura grega. Uma questão a se pensar é: que tipo de relações políticas poderiam ser observadas entre o império oriental grego e o ocidente ‘bárbaro’ no Mediterrâneo a partir de fins do século V e início do VI? Para analisarmos especificamente sobre o período que se sucede à deposição de Romulus Augustulus na Itália, nos utilizaremos de dois historiadores do século VI que descreveram sobre as relações políticas entre Constantinopla e a Itália neste período, Jordanes e Procópio de Cesareia. O objetivo aqui será compreender como, a partir das narrativas destes dois historiadores, podemos repensar algumas das relações e disputas pelo exercício do poder e da autoridade política no mundo Mediterrânico tardo-antigo.
Highlights
The historiographical tradition marks the year 476 as the end of the Roman Empire in the West, being the maintenance of the imperial structures, from on, restricted to the Eastern territories of Greek culture
Além da seleção da documentação, o historiador deve estabelecer alguns limites ao tema a ser trabalhado, para que a investigação possa ser efetivamente viabilizada
Dois fazem-se presentes na grande maioria das pesquisas: o recorte cronológico e o geográfico
Summary
RESUMO: A tradição historiográfica marca o ano 476 como o fim do Império Romano no Ocidente, ficando a manutenção das estruturas imperiais, a partir de então, restrita aos territórios orientais de cultura grega. Uma questão a se pensar é: quais tipos de relações políticas poderiam ser observados entre o império oriental grego e o ocidente “bárbaro” no Mediterrâneo a partir de fins do século V e início do VI? Para analisarmos especificamente sobre o período que se sucede à deposição de Romulus Augustulus na Itália, utilizar-nos-emos de dois historiadores do século VI que descreveram sobre as relações políticas entre Constantinopla e a Itália neste período, Jordanes e Procópio de Cesareia. O objetivo aqui será compreender como, a partir das narrativas destes dois historiadores, podemos repensar algumas das relações e disputas pelo exercício do poder e da autoridade política no mundo Mediterrânico tardo-antigo.
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