Abstract

O olhar estético do afeto foi desenvolvido durante o curso de doutorado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGD UFRJ), buscando oferecer uma alternativa no enfrentamento da violência no Rio de Janeiro a partir da hipótese que esta violência é a projeção de uma dinâmica circular de comunicação, sendo possível alterá-la através da estética. É a possibilidade de transformar o ver em olhar a partir da experiência perceptiva em uma cidade cuja projeção de imagens rotuladas instauram um fluxo permanente de manifestações de violência entre dois territórios, entre morro e asfalto. Uma técnica que pretende não só fazer visível as formas dessa violência, mas transformar a percepção sobre aquilo que é comunicado como violência. É o afeto que faz possível desfocar-me para focar no outro através do olhar do outro, tal como Maurice Merleau-Ponty apontou em sua Fenomenologia da Percepção, adotada como metodologia de pesquisa. A Fotografia pode ser o medium desta técnica que “faz ver” e “faz agir sobre”, tendo o afeto como lente. A partir da pesquisa empírica junto ao Projeto Olhar Complexo, criado e dirigido pelo Fotógrafo Bruno Itan, sediado no Complexo do Alemão, o curso de Fotografia materializou-se como possibilidade de um olhar estético do afeto, um meio para reterreritorializar a cidade através do afeto e construir outro real, outra imagem.

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