Abstract
Esta pesquisa tem como objetivo analisar as práticas de interações linguísticas entre surdos e ouvintes no ensino regular em uma escola do município de Santarém-PA, região Oeste do Pará. Baseou-se na teoria histórico-cultural, que compreende o indivíduo como um ser produzido historicamente, em sua relação com a cultura. Para a coleta de dados foram aplicadas entrevistas com roteiro semiestruturado com 8 professores do ensino regular e 1 professora do Atendimento Educacional Especializado - AEE. Os dados foram analisados através das seguintes categorias: 1) Formação dos professores para trabalhar com alunos surdos; 2) Concepção de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS); 3) Práticas de interação linguística com os alunos surdos 4) Concepção do papel/parceria entre professores da sala de recursos e dos professores do ensino regular na educação de surdos e 5) Avaliação da inclusão do surdo no ensino regular. Com a análise dos dados percebeu-se que grande parte dos professores não possuem formação específica para trabalhar com o aluno surdo, com exceção do professor do AEE; os professores tem clareza da importância da Libras como instrumento importante de interação e aprendizagem do surdo, apesar de não a compreender bem enquanto língua natural; cerca de 7 entre os 9 docentes entrevistados tem dificuldades em relação as interações com seus alunos surdos através da LIBRAS; avaliam a inclusão como positiva, apesar das dificuldades. Conclui-se que a inclusão do surdo, na escola analisada, precisa superar o nível da socialização e avançar para o desenvolvimento da aprendizagem significativa dos sujeitos surdos.
Highlights
This research aims at analyzing the practices of linguistic interactions between deaf and hearing students in a regular school in the city of Santarém-PA, western region of Pará
Quando a criança aprende a ler, na escola a escrever, a fazer contas, quando aprende os fundamentos da ciência, assimila uma experiência humano-social, da qual não poderia assimilar nem sequer uma milionésima parte se o seu desenvolvimento fosse apenas determinado pela experiência que pode alcançar-se mediante uma interação direta com o ambiente
Os dados da pesquisa apontaram que a inclusão dos alunos no ensino regular, nessa escola, do Município de Santarém é feita com o apoio do atendimento educacional especializado
Summary
A inclusão das pessoas com deficiência no ambiente da escola regular e das classes comuns tem suscitado inúmeras investigações acerca da eficácia desse processo, com o intuito de saber se o mesmo está proporcionando o desenvolvimento global desses educandos. Percebe-se assim, que a linguagem na criança surda se estimulada, através do contato com pessoas e com vivencias em ambientes estimuladores da língua visuo-espacial, possibilita aos surdos desenvolverem da mesma forma que as crianças ouvintes, confirmando a tese de que a surdez não causa nenhuma deficiência em relação à aprendizagem a priori. Refletindo sobre essa postura, destaca-se: 1) a inclusão é uma política orientadora de nossas práticas; 2) o ambiente da escola regular configura-se como o lugar (pelo menos na grande maioria) onde o surdo realiza/constrói sua educação; 3) a proposta para a educação de surdos, segundo autores Góes (2000), Skliar (1999) e Quadros (2005) é o bilinguismo que privilegia a língua de sinais como primeira língua, a língua de instrução; 4) as escolas ainda não estão, segundo Quadros (2005), Perlin (1998), Strobel (2006) adequadas para atender e ser um ambiente bilíngue para o surdo. Como se estabelecem as interações linguísticas, pois de alguma forma ela deve ocorrer, viabilizando (ou não) a interação e a aprendizagem do educando surdo com os outros da escola. Coleta de dados: foram realizadas observações das atividades diversas na sala regular, na sala de recursos e uma escola da Rede Municipal de Ensino de Santarém, em ambientes em que percebeu-se interações linguísticas entre surdos e ouvintes
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