Abstract

O artigo investiga a produção de quatro escritores contemporâneos, Bernardo Carvalho, Bruce Chatwin, Edmund White e David Leavitt. Abrigamos sua produção nas rubricas de ficções migrantes e ficções de tribo. As ficções migrantes dizem respeito a obras cujos autores se colocam na condição de migrantes, seja pelo autoexílio ou por outras condições que os levam à diáspora. Já o conceito de tribo é apropriado de Dominique Maingueneau (2001) e trata de grupos de escritores reunidos por afinidades temáticas, teóricas e/ou reflexivas. O trabalho tem como objetivo central teorizar a questão das afinidades eletivas que permeiam as obras dos quatro autores escolhidos, com vistas a uma discussão crítica acerca do da reflexão literária e do discurso ficcional em torno do problema do deslocamento, da mobilidade e da clausura, o que requer pensar a importância das fronteiras, sejam elas geográficas ou textuais, como espaços para a criação de textos narrativos híbridos, fruto das tensões provocadas pelos deslocamentos de seus autores em um mundo cada vez mais globalizado e em movimento.

Highlights

  • RESUMO O artigo investiga a produção de quatro escritores contemporâneos, Bernardo Carvalho, Bruce Chatwin, Edmund White e David Leavitt

  • Affinities that permeate the works of the four quoted authors, aiming at a critical discussion about the problems concerning the literary reflection and the fictional discourses that represent the problems of displacement, mobility and cloister as productive spaces for the emergence of hybrid narrative texts

  • We will show that reflect the effects of the displacement of their authors when exposed to the antinomies of an increasingly globalized and moving world

Read more

Summary

Introdução

No paradoxal e multifacetado cenário da ficção contemporânea, a leitura de um conjunto de narrativas cujos ritos discursivos remetem a determinados (não) lugares formula certas condições para se pensar um campo crítico-teórico particular no qual divisamos o termo “ficções migrantes” como possibilidade conceitual de se pensar algumas questões referentes a nossos tempos de globalização. Para Agamben, apoiado em Nietzsche, essas duas instâncias imbricadas permitem-nos compreender a contemporaneidade na relação entre conexão e dissociação: Pertence verdadeiramente ao seu tempo, é verdadeiramente contemporâneo, aquele que não coincide perfeitamente com este, nem está adequado às suas pretensões e é, portanto, nesse sentido, inatual; mas, exatamente por isso, exatamente através desse deslocamento e desse anacronismo, ele é capaz, mais do que os outros, de perceber e apreender o seu tempo O viajante vibra uma corda da qual retira um som dissonante, fruto da fricção entre sua experiência presente e aquilo que registra com sua memória do que depreende do passado

Mapeando a tribo
Mobilidade e clausura: trânsitos narrativos
Viagens ficcionais e teóricas
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call