Abstract

Este artigo traça um panorama histórico da representação das favelas cariocas nas comédias musicais cinematográficas brasileiras, conhecidas como chanchadas, dos anos 1930 ao início da década de 1960. Apontamos a presença mais constante da favela como cenário reproduzido em estúdio em números musicais das chanchadas lançadas até meados dos anos 1950. Tomando como marco o filme Depois eu conto (1956), a representação da favela passa a ser cada vez mais politizada no gênero. Em meio às polêmicas sobre as remoções das favelas e a atuação social da Igreja Católica na transformação deste tipo de habitação popular em “problema público”, analisamos Três colegas de batina (1961), em que uma favela adquire grande importância para sua trama, mas com um discurso ideológico distinto dos mais conhecidos filmes dos diretores do Cinema Novo.

Highlights

  • Introdução Este artigo traça um panorama histórico da representação das favelas cariocas nas comédias musicais cinematográficas brasileiras, conhecidas como chanchadas, dos anos 1930 ao início da década de 1960

  • Em meio às polêmicas sobre as remoções das favelas e a atuação social da Igreja católica na transformação desse tipo de habitação popular em “problema público”, analisamos mais detalhadamente, ao final do artigo, Três colegas de batina (1961)

  • Os filmes musicais produzidos pelos principais estúdios cariocas da época priorizavam a filmagem em interiores recriados em estúdio, mas uma produção em particular buscou filmar cenas em locações reais numa favela

Read more

Summary

This article traces a historical panorama of the representation of

Rio’s favelas in Brazilian musical comedy films, known as chanchadas, from the 1930s to the early 1960s. Portanto, percebemos a influência de uma ideologia do nacional popular, geralmente associada apenas ao chamado cinema independente dos anos 1950.7 Se em Carnaval Atlântida, tomando o cinema como objeto, o teor nacional popular se pautaria na defesa da chanchada carioca ante as superproduções do cinema industrial paulista, em Depois eu conto, a partir da música e do espetáculo, se expressa na oposição, mais localizada no Rio de Janeiro, entre trabalhadores do subúrbio e grã-finagem da zona Sul. Continuando o diálogo, Sônia ainda se mostra cética sobre a regeneração de Zé, mas Ofélia, aparentemente convencida de que ela também teria seu valor, questiona o antigo namorado da sobrinha sobre o que se poderia fazer: Zé: Reagir! 292 as favelas cariocas nas chanchadas acompanhando sua consolidação, na década de 1950, como um “problema público” (FREIRE, GONÇALVES e SIMÕES, 2010).

Favelas e Igreja católica
Considerações finais
Sobre os autores
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call