Abstract
Os chamados ídolos de pedra amazônicos, apesar de conhecidos há mais de cem anos, constituem uma categoria de artefatos indígenas sem contexto arqueológico, histórico ou etnográfico. Este artigo apresenta uma primeira análise formal das peças conhecidas e algumas hipóteses sobre a sua função e finalidade. O estilo, os motivos simbólicos e o detalhe funcional de pares de furos idênticos em todos os exemplares sugerem que eles eram parte do instrumental usado nos rituais xamânicos de inalação do paricá e de outras substâncias alucinógenas.
Highlights
Mencionados e descritos na literatura desde a segunda metade do século XIX, cerca de duas dúzias deles são conservadas hoje em museus do Brasil e da Europa, todos procedentes de achados casuais e de coleções particulares; nenhum deles em contexto arqueológico
Inicialmente atribuídos à região de Santarém, os ídolos foram depois associados às bacias dos rios Trombetas e Nhamundá, na margem esquerda do baixo Amazonas, de onde a maioria deles é de fato procedente
Análise formal Os seres representados nas estatuetas amazônicas podem ser classificados em seis tipos: Humano feminino (Hf) Humano masculino (Hm) Humano indefinível (Hi) Antropozoomorfo (HA) Animal reconhecível (Ar) Animal indefinível (Ai) Como já assinalado, eles se apresentam ora individualmente, ora associados de diferentes maneiras, que por brevidade indicamos com os seguintes sinais: > = sobrepostos ~ = emaranhados x = de costas As 25 peças que se acham ilustradas na literatura distribuem-se nas categorias descritas na Tabela 1, oito delas aqui reproduzidas (Figuras 1, 4 a 10)
Summary
Resumo: Os chamados ídolos de pedra amazônicos, apesar de conhecidos há mais de cem anos, constituem uma categoria de artefatos indígenas sem contexto arqueológico, histórico ou etnográfico. Este artigo apresenta uma primeira análise formal das peças conhecidas e algumas hipóteses sobre a sua função e finalidade. Abstract: known for over a century, the so-called Amazonian stone idols still represent a category of indigenous artifacts without archaeological, historical and ethnographic context. This article represents the first formal assessment of the known samples and presents hypotheses about their function and purpose. The style, symbolic patterns, and functional details of paired holes existing in all samples suggest their association to the ritual snuff of paricá (yakee) and other hallucinogenic substances by ancient Amazonian shamans.
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