Abstract

Este artigo visa dar visibilidade a uma questão pouco discutida, tanto no meio científico quanto no âmbito das políticas públicas, tendo como ponto de partida, o ingresso de uma adolescente transgênero em uma unidade de cumprimento de medida socioeducativa da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande Sul (Fase-RS), destinada exclusivamente a homens (adolescentes e jovens adultos) cisgênero com idade de 12 a 21 anos. Focada na trajetória de Rosa, a pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso a partir do qual interrogamos como as instituições e as leis incidiram sobre a trajetória socioeducativa da jovem em questão. Constatou-se a falta de um programa específico para a população LGBT na política nacional e nas instituições locais, o que resulta na falta de orientação técnica das equipes para acolher esses jovens, dando margem para todos os tipos de discricionaridades.

Highlights

  • O presente artigo visa apresentar uma experiência vivenciada em uma das unidades de cumprimento de medida socioeducativa da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande Sul (Fase-RS), onde a primeira autora deste artigo atua como psicóloga.1 O ponto de partida da pesquisa foi o ingresso de uma adolescente transgênero em uma unidade destinada exclusivamente a homens cisgênero com idade de 12 a 21 anos

  • This article aims to give visibility to an issue little discussed both in the scientific environment and in the scope of public policies

  • Focused on Rosa’s trajectory, the research is characterized as a case study from which we question how the institutions and laws affected the young woman’s socio-educational trajectory

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Summary

Conceituando gênero e sexualidade

Para Foucault (2001) gênero e sexualidade são resultado de construções sociais, culturais e históricas. O gênero por sua vez é utilizado mais corriqueiramente para designar as relações sociais entre os sexos, ou seja, os papéis sociais de um e de outro, as definições do que é (ou deveria ser) próprio aos homens e às mulheres. O trabalho de Santos (2015), focado nas unidades da Fase-RS, nos faz perceber como a violência própria de uma instituição total é recrudescida quando os adolescentes lá internados pertencem a grupos marginalizados, não apenas no que diz respeito à sua classe social ou etnia, mas também em razão de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Os dados do Quadro 1 demonstram o número de jovens que cumpriram medida socioeducativa na Fase pelo ato infracional de lesão corporal nos últimos cinco anos, sendo mais recorrente na unidade feminina

Unidade feminina
Considerações finais
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