Abstract

Considerando-se o alto desempenho na remoção simultânea de matéria orgânica e nutrientes, a tecnologia de lodo granular aeróbio (LGA) mostra-se promissora no tratamento de esgoto. Embora muitos estudos tenham sido realizados em escala laboratorial, ainda são poucos os que relatam a sua aplicação em escala piloto ou real. Assim, o presente trabalho teve por finalidade avaliar a capacidade de formação e manutenção de LGA em um reator batelada sequencial (RBS) (escala piloto) que trata esgoto sanitário, analisando a performance do sistema e a possibilidade de uso não potável do efluente tratado. O estudo foi realizado em uma estação de précondicionamento (EPC) operada pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE) e teve duração de 225 dias. Embora o esgoto afluente tenha apresentado grandes variações e baixa carga orgânica (DQOméd ≈ 461 mg/L), as partículas formadas apresentaram boas características de sedimentabilidade (índice volumétrico de lodo — IVL30 < 70 mL/g) e permaneceram estáveis, sem desintegração. O processo de granulação foi concluído em menos de dois meses, e cerca de 60% dos grânulos tinham mais do que 1 mm de diâmetro. A biomassa granular teve estrutura compacta, superfície lisa e cor amarelo-acinzentada. As taxas médias de remoção de demanda química de oxigênio (DQO), nitrogênio amoniacal (NH4 + -N) e ortofosfato (PO4 3—P) após a otimização do reator foram de 95, 97 e 88%, respectivamente. Por fim, observou-se que é possível utilizar o efluente tratado, após polimento no filtro de areia, para reúso não potável (turbidez < 1UT; DQO < 30 mg/L; SST < 20 mg/L).

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