Abstract
Este artigo reúne resultados de pesquisas nas quais a abordagem da Antropogeomorfologia, a Geomorfologia do Antropoceno, foi aplicada, testada e desenvolvida, buscando identificar e dimensionar mudanças geomorfológicas ocorridas no processo centenário de urbanização da região metropolitana de São Paulo. Foram especialmente considerados intervalos históricos de aproximadamente um século ou menos, sistemas fluviais e flúvio-lacustres e geoindicadores, obtidos por estudos de caso, com diferentes recortes geográficos e escalas espaço-temporais. Por meio da metodologia utilizada comprovou-se a possibilidade de identificação de mudanças quanto à sua origem, se antrópica ou não, ou de origem complexa, assim como a possibilidade de mensuração de sua magnitude. A maior parte das mudanças observadas, sejam morfológicas, sedimentares, erosivas ou de balanços e taxas de processos, foram consideradas de alta magnitude para intervalos decadais ou centenários. Em sistemas preservados, mudanças deste tipo tendem a ocorrer em milhares ou centenas de milhares de anos. A magnitude das mudanças geomorfológicas observadas ajuda a caracterizar a necessidade de ampliação e de consideração dos estudos de Ciências da Terra nas atuais discussões sobre o Antropoceno, bem como na direção de uma participação efetiva dessa área do conhecimento no ordenamento do território e na busca de parâmetros para ampliação da resiliência dos sistemas físicos da superfície terrestre.
Highlights
ANTHROPOCENE AND GEOMORPHOLOGICAL CHANGES: FLUVIAL SYSTEMS IN THE CENTENARY URBANIZATION PROCESS OF SÃO PAULO
Os geoindicadores analisados sob essa metodologia vêm revelando seu potencial discriminador da origem das mudanças, se ligadas a variáveis independentes naturais ou à variável ‘independente’ antropogênica e suas derivações
MOROZ-CACCIA GOUVEIA (2010): Da originalidade do sítio urbano de São Paulo às formas antrópicas: aplicação da abordagem da Geomorfologia Antropogênica na Bacia Hidrográfica do Rio TaVariável, manduateí, na Região Metropolitana de São Paulo. inclusive centenária MOROZ-CACCIA GOUVEIA & RODRIGUES (2017): Mudanças morfológicas e efeitos hidrodinâmicos do processo de urbanização na bacia hidrográfica do rio Tamanduateí – Região Metropolitana de São Paulo
Summary
Este artigo considera o potencial de colaboração da Geomorfologia para a discriminação da especificidade dos processos da superfície terrestre no Antropoceno e seus estágios, ou seja, em intervalos históricos recentes nos quais as atividades antrópicas parecem comandar grande parte desses processos em termos de balanços, magnitude, taxas, tendências espaciais e vetores (STEFFEN et al 2007). Levando em consideração tais discussões, os resultados aqui apresentados adotaram a manutenção dessa visão mais abrangente dos estudiosos da temática do Antropoceno e seus estágios ou sub-estágios, principalmente quanto à sua maior operacionalidade na busca por identificar e dar a medida de profundas mudanças recentes, sejam elas sistêmicas (sistema Terra) ou cumulativas, de expressão local ou regional (TURNER et al 1990). Os estágios mais recentes até hoje identificados por estudiosos do Antropoceno não são incompatíveis com a adoção recente da ICS, mas seriam subdivisões, ou sub-estágios do Meghalaiana
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