Abstract

As transformações econômicas e tecnológicas ocorridas a partir da segunda metade do século XX ampliaram os mercados, reduziram os limites impostos pelas fronteiras dos países e promoveram de forma real e inequívoca a globalização das operações comerciais, sobretudo para os países emergentes. Neste contexto, o Brasil mostra-se como importante player, juntamente com os demais países que compõem o BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, grupo com poder político em expansão, dada a relevância de seus mercados. Apesar disto, a participação brasileira no comércio global ainda é pequena, quando comparada a outros países igualmente emergentes. O nível de internacionalização é particularmente mais baixo para produtos de maior valor agregado, como a inovação tecnológica. A maioria dos produtos exportados pelo Brasil em 2011 (65,8%) é composta por produtos de baixa e média-baixa tecnologia, 27,9% é de média-alta tecnologia e somente 6,2% é de alta tecnologia (MDIC, 2012). Nesse sentido, este artigo visa analisar as características do processo de internacionalização de pequenas e médias empresas de base tecnológica, incubadas e graduadas buscando identificar o papel das incubadoras nesse processo. Partiu-se de três premissas básicas: que as empresas de base tecnológica são essencialmente inovadoras; que as incubadoras de empresas se constituem em ambientes potencializadores de redes de relacionamento, tanto entre as empresas incubadas e graduadas, como com agentes externos. E, finalmente, a terceira premissa é que a inovação é uma vantagem competitiva que alavanca o processo de internacionalização de empresas e mostra-se fundamental para o desempenho competitivo da empresa no mercado externo. A pesquisa a partir de casos de pequenas empresas de base tecnológica mostra-se relevante dada a necessidade do Brasil de estimular a inserção externa de empresas que comercializam produtos intensivos em tecnologia. A pesquisa é de caráter descritivo, na forma de um estudo multicaso com seis empresas, três incubadas e três graduadas. Os resultados apontam que a inovação configura-se realmente como a principal vantagem para a competição em mercados internacionais. De forma intencional e planejada, há uma aceleração do processo de internacionalização nas empresas mais jovens, já concebidas com uma visão global. Constatou-se que a incubadora favorece a formação de redes de relacionamento que estimulam a inovação e a interação com outros atores que podem fomentar o processo de internacionalização, no entanto, não há ações percebidas pelos empresários próprias para esta finalidade, o que aponta para uma oportunidade de ação sistemática das incubadoras no apoio à internacionalização de empresas.

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