Abstract

O livro “The Resilience of Language”, de Susan Goldin-Meadow (2003), descreve e discute uma série de pesquisas sobre o desenvolvimento da linguagem em crianças surdas, filhas de pais ouvintes, que não tinham acesso a um modelo convencional de linguagem. Os resultados das investigações mostraram que as crianças desenvolveram um sistema verbal gestual caseiro, que mantém propriedades de um sistema linguístico convencional, tais como gestos que funcionam como palavras, combinam-se em sentenças e são utilizados em funções complexas, como comentários sobre um evento passado, ou mesmo sobre o próprio comportamento verbal. Baseada nestas evidências, a autora estabeleceu a noção de resiliência da linguagem, concebida como certas propriedades da linguagem que surgem na comunicação humana, independente do “input” linguístico. O presente artigo propõe uma análise distinta do fenômeno da resiliência, em uma perspectiva skinneriana, considerando que o comportamento verbal é função de práticas de reforçamento da comunidade verbal. Discute-se como, embora sem acesso a uma língua convencional, as crianças surdas encontravam-se inseridas em um ambiente verbal. Foram levantadas importantes questões para uma investigação sistemática destas práticas de reforçamento, a fim de elucidar as condições críticas de aquisição de comportamento verbal. Palavras-chave: comportamento verbal, resiliência da linguagem, comunidade verbal

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