Abstract
O presente artigo analisa como o documentário de ficção científica Branco sai, preto fica (2014), de Adirley Queirós, transita entre os personagens que narram o trauma e o processo de diegetização através do envolvimento das testemunhas em ações fictícias e da presença de personagens ficcionais. A hipótese é de que o filme recorre a dispositivos de ficção científica, a exemplo da máquina do tempo, dos ciborgues, do panóptico e da arma de destruição em massa, como estratégia para elaborar alegorias sobre a construção da cidade e as ressonâncias da utopia modernista no presente. Os dispositivos de ficção científica elaboram um anacronismo em que tempo narrativo e tempo histórico se atravessam, formando múltiplas e descontínuas tessituras entre presente, passado e futuro.
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