Abstract

Este artigo objetiva contribuir para o debate sobre o sentido do significante cartografia escolar que, ora fixa-se na defesa do processo de alfabetização, ora no de letramento, como se fossem processos incomunicáveis e totalizantes. Assumindo os fundamentos da Teoria do Discurso, nossa proposição aqui é a da articulação em detrimento da dicotomização desses conceitos, defendendo o sentido de alfabetizar letrando. Trata-se de uma proposta que parte da compreensão de que o processo de letramento vai além, e não contra o entendimento de alfabetização. Na bibliografia dominante, a alfabetização cartográfica é compreendida como um processo específico e imprescindível, que exige um trabalho metodológico e didático-pedagógico para se ensinar a lógica do sistema cartesiano do mapa, ao passo que o letramento estaria atrelado ao domínio e uso social das linguagens cartográficas. Defendemos aqui uma ação pedagógica sob a perspectiva do alfabetizar letrando, que desloca a ênfase habitual da localização espacial como centro do processo, criando condições para uma cartografia porosa que permita aos alunos se apropriarem da linguagem cartográfica também como práticas socioespaciais de significação.
 Palavras-chave: Cartografia escolar, alfabetizar letrando, linguagem cartográfica, práticas socioespaciais de significação.

Highlights

  • Resumen Este artículo objetiva contribuir al debate sobre el sentido del significante cartografía escolar que, ya se fija en la defensa del proceso de alfabetización, ora en la literacidad, como si fueran procesos incomunicados y totalizantes

  • Precisamos rever nossas propostas e práticas que envolvem a linguagem cartografia, questionando onde estão as subjetividades e as experiências espaciais de nossos alunos nas atividades propostas? Mudar o sentido de um significante e seguir reproduzindo práticas que se limitem acodificar mapas, mais do que incoerente é perigoso, pois não passaria de uma substituição de um sentido discursivo por outro, esvaziando-se a compreensão da importância da linguagem cartográfica enquanto uma linguagem viva e social

  • À Fapesp, pela bolsa de doutorado (Processo 2013/06557-7), que também permitiu a realização de estágio no exterior que resultou na Cotutela com a Faculdade de Educação da Universidad Autónoma de Madrid, sob orientação do professor Alfonso Garcia de la Vega, ao qual apresentamos nossos mais sinceros agradecimentos

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Summary

Resultado da ação de letramento

Mesmo com essas incipientes mudanças na BNCC na tentativa de descentrar o domínio técnico cartográfico fortemente presente no PCN, o ensino de geografia vive, ainda, em meio a essa ilusão de que o mero domínio das noções cartográficas (língua) seria suficiente para garantir aos alunos uma leitura crítica da realidade e um domínio da linguagem. Se encerrarmos o seu sentido como sendo apenas letramento cartográfico, estaríamos reconhecendo a linguagem cartográfica no seu uso social, como um produto de uma diversidade de culturas e visões cosmológicas que, por sua vez, se manifestam em diferentes formas de conceber, representar e mapear o mundo, porém estaríamos limitando o processo de significação à sua função social. ‘A África’ não é diferente da Europa Ocidental, é (apenas) atrasada” (Ibidem, p. 107)

Algumas considerações
Referência bibliográfica
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