Abstract

Este artigo tem como propósito apresentar parte da pesquisa de campo sobre o processo de afirmação étnica dos Tapuia-Kariri de São Benedito ─ comunidade coletiva indígena do estado do Ceará. A análise resulta de uma etnografia entre os Tapuias e das observações realizadas junto a outras comunidade indígenas do Ceará, na condição de docente do magistério indígena da Secretária de Educação do Estado do Ceará (SEDUC). Os Tapuias-Kariris constituem o grupo mais recente a autoafirmar-se como indígena. No processo de autoafirmação e reconhecimento, a primeira dificuldade que o grupo enfrenta é a negação social em reconhecê-los enquanto indígenas. Diante dessa rejeição, o grupo está constantemente negociando e afirmando sua identidade. Esse processo é realizado por meio da reelaboração das imagens, da cultura material e das práticas culturais, elementos coletivos que passam a ser concebidos pelo prisma de pertença étnica. A cultura material e o conjunto de práticas e de saberes a ela incorporada ocupam um lugar central no cotidiano desses grupos indígenas. Advindos de conhecimentos ancestrais, os objetos, assim como as danças, as músicas e os rituais, narram de modo particular a vida e a concepção cosmológica. Analisar o processo de afirmação, suas dificuldades intrínsecas, bem como o papel das manifestações culturais e das imagens, é o objetivo deste trabalho.

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