Abstract

Um dos desafios emergentes do ensino de ciências envolve o compartilhamento de responsabilidades epistêmicas entre professores e estudantes nos processos de construção do conhecimento. Nesse contexto, o constructo agência epistêmica tem sido mobilizado como uma proposta promissora entre pesquisadores da área de Educação em Ciências. Com o propósito de discutir os significados do conceito para a área, abordamos a maneira pela qual pesquisadores têm interpretado e investigado a agência epistêmica, dando enfoque aos significados atribuídos aos dois componentes do construto: "agência" e "epistêmico". Para isso, buscamos situar a noção de agência no campo educacional mais amplo, considerando aquelas pesquisas que buscam relações entre agência, como construto mais amplo e interseccional, e aprendizagem. De modo articulado, discutimos aspectos epistêmicos comumente considerados nas análises da agência epistêmica. Por fim, discutimos relações entre agência epistêmica e poder, o que nos parece particularmente relevante para os avanços no campo, considerando as discussões já consolidadas sobre o papel ativo do estudante na aprendizagem. Defendemos que as pesquisas sobre agência epistêmica se beneficiariam de uma fundamentação mais sólida em teorias de poder, o que permitiria: i) situar os aspectos considerados relevantes nas análises, ii) operacionalizar conceitos próprios de teorias de poder para análise; iii) articular proposições teóricas sobre poder a noções de aprendizagem de ciências usadas no campo; iv) avançar na compreensão sobre transformações de contextos de aprendizagem.

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