Abstract

Se a imprensa é considerada o "Quarto Poder" – atribuído pela sociedade e distinto daqueles de natureza constitucional – por fiscalizar os três poderes da República, com o avanço da internet o público ganha força, tem inúmeras possibilidades de compartilhamento de conteúdos e passa a monitorar o trabalho dos jornalistas, possibilitando um “Quinto Estado” (Dutton, Dubois 2015). No espaço público midiatizado, ampliado com as redes sociais digitais, há agentes em disputa por espaços e circuitos de circulação de notícias. Entre as marcas desse tensionamento, destacam-se as ações de descredibilização e questionamento do trabalho do jornalista. Tal descompasso entre avaliações do que deveria ser noticiado têm resultado em conflitos e crescentes ataques à imprensa. Como resposta do Jornalismo, esses casos passaram a ser noticiados. Em 2020, foi exposto na TV o esquema "Guardiões do Crivella" organizado para atrapalhar o trabalho da imprensa. No artigo, evidencia-se o conflito narrado em uma reportagem especial do Jornal Nacional da TV Globo, buscando compreender as estratégias utilizadas pelo telejornal na defesa da liberdade de imprensa. Observou-se os elementos utilizados na construção da narrativa por meio da Análise da Materialidade Audiovisual (Coutinho 2018) e de entrevistas realizadas com jornalistas da emissora. Por meio do conceito de Dramaturgia do Telejornalismo (Coutinho 2012), evidenciou-se que em um cenário de disputa pela informação, jornalistas tornaram-se vítimas, mas também narradores dos atentados ao Jornalismo. A análise apontou o fortalecimento da imagem dos profissionais como referência para a difusão de notícias e evidenciou o risco do cerceamento à imprensa para a democracia

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