Abstract

O artigo propõe uma leitura do poema “É o silêncio...”, de Pedro Kilkerry, com o objetivo de enfocar a questão do processo de criação poética aí presente, não somente enquanto tema, mas sobretudo enquanto a própria dinâmica encarnada na escrita. Para tanto, parte-se do conceito de bloco de sensação (afectos e perceptos), proposto por Gilles Deleuze e Félix Guattari, em relação com os conceitos de território e desterritorialização, dos mesmos filósofos, no intuito de compreender o movimento de criação que se materializa no poema. A partir de uma releitura de Kilkerry, busca-se testar a hipótese de que a singularidade de sua poesia resulta não só do tratamento original que confere à linguagem, mas também de sua engenhosidade para reconfigurar esteticamente, à luz do fenômeno da alteridade, o problema da subjetividade.

Highlights

  • Pedro Kilkerry, figura central da segunda geração do Simbolismo baiano, permanece à margem da literatura brasileira, apesar de alguns esforços empreendidos para a difusão de sua obra por autores como Andrade Muricy e Augusto de Campos[1]

  • No início de “Do caos ao cérebro”, capítulo que encerra O que é a filosofia? (2010), Gilles Deleuze e Félix Guattari retomam a menção ao tortuoso exercício do pensamento, trabalhado ao longo da obra: “Nada é mais doloroso, mais angustiante do que um pensamento que escapa a si mesmo...” (DELEUZE; GUATTARI, 2010, p. 237)

  • Recebido em: 26 de agosto de 2019 Aceito em: 17 de outubro de 2019 Publicado em: Dezembro de 2019

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Summary

Introdução

Pedro Kilkerry, figura central da segunda geração do Simbolismo baiano, permanece à margem da literatura brasileira, apesar de alguns esforços empreendidos para a difusão de sua obra por autores como Andrade Muricy e Augusto de Campos[1]. Hermetismo e experimentalismo seriam, dessa forma, traços de modernidade presentes na poesia de Kilkerry, resultantes de um tratamento singular conferido à linguagem, mediante emprego de procedimentos incomuns ao Simbolismo Brasileiro, como a sintaxe irregular, obscura, e a imagem plástica de construção intrincada. Mediante a leitura do poema “É o silêncio...”, buscamos testar a hipótese de que tal singularidade resulta não só do tratamento original que Kilkerry confere à linguagem, mas também de sua engenhosidade para reconfigurar esteticamente, à luz do fenômeno da alteridade, o problema da subjetividade, conceito tão desgastado por opiniões formadas nos campos da filosofia e da teoria literária. O intuito é experimentar novos acoplamentos conceituais que nos ajudem a investigar a poética de Kilkerry, ao mesmo tempo atualizando e reativando a força de sua proposta

Poema: ser de sensação
Ritornelo
Considerações finais
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