Abstract
O contexto de múltiplas crises que a humanidade vivencia neste início de século, especialmente quanto aos aspectos ecológico-climáticos, provoca o Direito a refletir sobre sua própria capacidade de intervir em termos de promover justiça e atender os diferentes interesses e demandas, adequadamente. Tais crises colocam em evidência, a impropriedade do paradigma cartesiano e sua ontologia dualista para lidar com a fragilidade da teia da vida da qual depende a própria humanidade. É urgente suplantar o conhecimento disjuntivo e a racionalidade linear e buscar uma abordagem que permita compreender complexamente a realidade e intervir em termos de Justiça Ecológica, como tal, voltada a toda a comunidade de vida terrestre. Utilizando do método hipotético-dedutivo e da metodologia de pesquisa bibliográfica, tem-se como objetivo compreender em que aspectos a transdisciplinaridade é uma aliada do Direito quando se fala em Justiça Ecológica. Resulta do estudo a compreensão de que a transdisciplinaridade é adequada para o tema da Justiça Ecológica, face às diferentes questões que suscita, referentes à ética, à diversidade cultural, à ecologia política, além de aspectos antropológicos e mesmo ontológicos. Conclui-se que a Justiça Ecológica tem por premissa uma epistemologia não dualista e a transdisciplinaridade ajusta-se a esse critério, mostrando-se uma abordagem promissora.
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