Abstract
o presente texto analisa a construção de um “espaço criminalizado” nos subúrbios cariocas em fins da década de 1900, nos arredores da estação ferroviária D. Clara, localizada no distrito suburbano de Irajá, no contexto das reformas urbanas cariocas conduzidas no início da mesma década. A partir da análise documental de periódicos da época, identificamos que, após campanha realizada pela Repartição de Saúde Pública (liderada pelo médico Oswaldo Cruz), em 1907, que ocasionou a expulsão de moradores dos morros da Favella, Providência e Santo Antônio (localizadas nos distritos centrais da cidade) houve notável preocupação da imprensa sobre os destinos desta população deslocada – frequentemente chamados de “facínoras” na imprensa e preconceituosamente associados ao crime – acompanhando-os à região de D. Clara.
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