Abstract

O modelo de subjetivação capitalista determina a generalização da concorrência como norma de conduta, intima os indivíduos a conceber a si mesmo e a comportar-se como uma empresa, ordena as relações sociais segundo o modelo de mercado e altera a lógica das políticas públicas. O presente ensaio visa compreender, a partir do referencial teórico de P. Dardot & C. Laval (2016a, 2016b, 2010), F. Guattari (1985, 1996), G. Alves (2011, 2008), D. Mancebo (2007, 2003), dentre outros, como se constitui a subjetividade do trabalhador docente do ensino superior, diante do atual processo de expansão hegemônica da racionalidade toyotista/neoliberal, e de que forma esse processo de subjetivação capitalística tem interferido sobre as condições de trabalho e ao modo/projeto de vida dos profissionais da educação. Trata-se de um estudo exploratório quanto aos objetivos e bibliográfico quanto aos procedimentos de cunho hermenêutico-analítico. Inicialmente, o ensaio trata das transformações na estrutura político-econômica, cultural e produtiva, inerentes à expansão do capitalismo flexível, que deram sustentação à construção de um novo modelo de “governança” e à formação de um novo sujeito produtivo (autogovernável). Em seguida, apresenta os mecanismos e movimentos utilizados pela racionalidade toyotista/neoliberal na formação de uma subjetividade produtivista e concorrencial e suas implicações sobre os ritmos e condições de trabalho; por fim, busca compreender as metamorfoses do trabalho docente, incluindo o fenômeno relativo à intensificação e à precarização de suas condições de trabalho, decorrente do processo de subjetivação capitalista.

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