Abstract
Este artigo objetiva analisar as experiências de futuros professores com a Literatura de Autoajuda (LA) na socialização docente. A pesquisa qualitativa e descritiva envolveu 16 futuros professores entre o primeiro e o quarto ano de um curso de Pedagogia de uma universidade pública paulista. Dados discursivos foram obtidos por entrevista semiestruturada. Da Análise de Conteúdo emergiram categorias relacionadas à LA (acesso, demandas mobilizadoras do consumo, sentidos atribuídos e contribuições) – sendo consideradas as instâncias de socialização primária (familiar e escolarização) e de socialização secundária (universitarização). Destacam-se, nos resultados: a) a dimensão humana e relacional da docência; b) os sofrimentos, adoecimentos e mal-estar discente; e c) o paradoxo de a LA oferecer respostas e soluções em curto prazo e, ao mesmo tempo, formas limitadas de esclarecimento, compreensão e entendimento. Em processos formativos de professores que se coadunem com o desenvolvimento profissional e com a construção da docência como profissão, as implicações da presença da LA na formação docente envolvem pensar limites (a semiformação e a produção de precariedades e miserabilidades) e possibilidades (a formação humana e emancipatória).
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