Abstract

Este artigo tem como foco a construção ditransitiva do português do Brasil, com o objetivo de examinar sua evolução semântica. Para tanto, compara manifestações dessa construção nos séculos XVIII e XX a fim de investigar se houve mudança em sua morfossintaxe e na classe semântica dos verbos que a instanciam. A abordagem teórica conjuga pressupostos e categorias analíticas da Linguística Funcional Centrada no Uso (FURTADO DA CUNHA, M. A.; BISPO, E. B.; SILVA, 2013a) e da Gramática de Construções (GOLDBERG, 1995; TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013; HILPERT, 2014). Os resultados obtidos indicam que, tanto no século XVIII como no século XX, em seu sentido prototípico, a construção ditransitiva conceitualiza um evento de transferência física, em que um participante animado (Sujeito) transfere um objeto (Objeto Direto) para uma entidade humana (Objeto Indireto). Além disso, não foi constatada mudança na classe semântica dos verbos que podem instanciar extensões do sentido central dessa construção.

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