A REVOLUÇÃO RUSSA E O DIREITO À MORADIA: DE 1917 A 1945

Wanderson Fabio Melo

doi:10.23925/2176-2767.2020v68p44-78

Abstract

O texto analisa as medidas deflagradas após a Revolução Russa para enfrentar o déficit habitacional, os decretos revolucionários e os problemas da fase do “comunismo de guerra”. Posteriormente, os impactos na moradia com a NEP (Nova Política Econômica) e, por fim, com os Planos Quinquenais. A possibilidade apontada é que houve propostas e ações revolucionárias de política habitacional, mas a sociedade soviética não conseguiu resolver o problema da moradia popular até a II Guerra Mundial. Utiliza-se a análise histórica. As fontes são os decretos do período da revolução, escritos dos revolucionários, dados oficiais publicados pelos órgãos estatais, relatos de visitantes e materiais de análises sobre a União Soviética.

Highlights

RESUMO O texto analisa as medidas deflagradas após a Revolução Russa para enfrentar o deficit habitacional, os decretos revolucionários e os problemas da fase do “comunismo de guerra”
O presente trabalho analisa a questão habitacional na Revolução de Outubro de 1917, na Rússia socialista durante o período revolucionário, na fase do chamado “comunismo de guerra” (1918 a 1921), posteriormente na etapa da NEP (Nova Política Econômica), entre os anos de 1921 a 1928, e, depois, durante os Planos Quinquenais até a II Guerra Mundial; considerando os avanços, os desafios e os limites do problema do direito à moradia na experiência soviética
As reflexões na área das ciências humanas apresentam lacunas acerca das experiências dos trabalhadores referentes ao ponto particular das tentativas de socialismo que se processaram na história, ainda que essas revoluções não tenham se consolidado no quadro histórico-mundial

Summary

Guerra Mundial resolveram intervir na guerra civil ao lado do Exército

Branco (formado por tzaristas reacionários e liberais conservadores), contra os Vermelhos (a força liderada pelos bolcheviques). O final da guerra civil não significou paz ao conjunto dos trabalhadores, uma vez que a vida das mulheres pobres da Rússia se tornou ainda mais difícil. Vale destacar que as construções habitacionais privadas geralmente contavam com apenas um quarto e uma cozinha, que servia também como sala de estar; o seu custo médio por metro quadrado útil era 40 a 50 rublos, enquanto a residência de construção pública chegava por volta de 130-160 rublos. Ao mesmo tempo em que o discurso oficial do Estado Soviético externava que oferecer moradia digna aos trabalhadores era uma obrigação social, nos encaminhamentos práticos a questão da habitação não foi tratada como prioridade

Os planos quinquenais e a habitação

Referências bibliográficas