Abstract

Neste artigo, buscamos analisar a representação do acusativo nas formas dos paradigmas tu e você nas cartas de amor do litoral e do sertão pernambucano. Tomamos como base os resultados alcançados em estudos prévios do Projeto Para a História do Português Brasileiro (PHPB), visando ampliar as pesquisas a partir do acervo documental de manuscritos pernambucanos dos séculos XIX e XX. O corpus selecionado constitui-se de 80 cartas de amor, sendo 40 cartas trocadas por um casal da região do litoral e 40 trocadas por um casal do sertão pernambucano. Para analisar o contexto morfossintático acusativo nas cartas pernambucanas, adotamos trabalhar com um grupo de fatores específicos, a fim de sistematizar a análise por meio da rodagem dos dados no programa Goldvarb X: tratamento na posição de sujeito, forma de representação, padrão de organização sintática, sexo, faixa etária, período, parentesco, localidade e subgênero. Nas análises, o quadro geral de uso dos acusativos evidenciou que os pronomes do paradigma de terceira pessoa - você no litoral e lhe no sertão - foram as estratégias predominantes nas cartas. O clítico te, em ambas as localidades, foi a segunda estratégia mais utilizada pelos missivistas. No sertão foi computada uma ocorrência do clítico o/a, estratégia ausente no corpus litóreo. Esse panorama parece mostrar um movimento de “instabilidade-estabilidade” na função acusativa, uma vez que a partir da inserção da forma você no paradigma pronominal brasileiro, houve uma reorganização dos subsistemas em que formas de terceira pessoa podem ser predominantes (ainda que timidamente), mas que não conseguem excluir/minimizar o uso do clítico te nessa função.

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