Abstract

Escrito por Valiéri Briúsov (1873-1924) e publicado em 1907, “A República do Cruzeiro do Sul” é um conto que descreve a devastação de uma cidade futurista (à primeira vista, uma utopia industrial) erguida sobre o Polo Sul, em virtude da epidemia de uma doença psíquica. Mesmo antes do desencadeamento da tragédia, a Cidade Estelar dificilmente poderia ser considerada uma sociedade ideal: as vidas de seus habitantes eram controladas nos mínimos detalhes por um despótico Conselho formado pelos diretores fabris locais. Trata-se, portanto, de uma narrativa distópica, antecessora de obras mais conhecidas do gênero, como Nós (1924), de Evguêni Zamiátin, e 1984 (1949), de George Orwell, e pioneira da longa e rica tradição da literatura de expressão russa de ficção científica. Briúsov, um dos expoentes do simbolismo russo, surpreende ao fazer uso de um estilo enxuto, mais adequado ao formato jornalístico em que é veiculado o conto. A descrição sintética e até mesmo brusca das atrocidades que se passaram na capital da República apenas intensifica a aversão sentido pelo leitor. Buscamos manter essa precisão na tradução[1]. Além desta versão, o conto também foi traduzido para as línguas inglesa, francesa, alemã, italiana e, mais recentemente, espanhola, tradução esta publicada na edição nº 5 da revista argentina Eslavia em 2020 e realizada por Eugenio López Arriazu.
  
 [1] Agradecemos as sugestões e comentários da professora Ekaterina Vólkova Américo.

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