Abstract
Este artigo tem por objetivo analisar o discurso sobre a pobreza dos estudantes dos cursos superiores da Universidade de Minas Gerais que solicitaram auxílio da Caixa do Estudante Pobre Edelweiss Barcellos (CEPEB) no recorte de 1932 a 1935, destacando as relações de poder e a produção de enunciados que buscavam o convencimento dos sujeitos envolvidos no aval dos pedidos e os jogos e efeitos de verdade para conquistar essa ajuda. A escolha para a análise desse tema está relacionada com a perspectiva foucaultiana sobre o discurso e a produção dos efeitos de verdade. Os enunciados que compõem esses documentos da CEPEB apontaram para a existência de uma formação discursiva sobre a pobreza dos estudantes, que vai além das carências materiais. Eram estabelecidas relações entre esses estudantes e a sociedade em geral, em que aconteciam manifestações de amizade, dependência e auxílio.
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