Abstract

Este trabalho focaliza interações face a face entre examinador e examinando na prova oral do Celpe-Bras, exame brasileiro destinado à emissão do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros, desenvolvido e outorgado pelo Ministério da Educação (MEC). Nosso objetivo consiste em analisar, a partir do arcabouço teórico da Análise do Discurso, como se dá a construção discursiva do ethos nessas interações, mais especificamente nos primeiros cinco minutos de conversa – conhecidos como “quebra-gelo” - destinados a tópicos de interesses pessoais do examinando, informados por ele nos formulários de inscrição. A escolha desse momento se justifica por se tratar de uma interação que tende a ser menos tensa e mais natural, servindo de preparação para a continuidade do exame oral. O corpus é composto por três interações, contando com participantes de diferentes origens: Dinamarca, Argentina e Turquia. Nesta análise, estamos compreendendo ethos a partir da concepção de Maingueneau, sendo igualmente importantes as contribuições de Ducrot (1984), Goffman (1995), Amossy (2016), assim como de Brown e Levinson (1987). Os dados evidenciam que os participantes são colaborativos não só na construção do ethos de si próprios, mas também do ethos institucional, marcado por demonstrações de proximidade e cordialidade.

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