Abstract

O crescimento de escolas bilíngues no Brasil impulsiona a necessidade de compreendermos os processos que levam um estudante a se alfabetizar nessas línguas. Nesse cenário, este estudo tem como objetivo discutir a partir da noção de bilinguismo dinâmico (GARCÍA, 2009) como o sujeito bilíngue acessa os recursos construídos em seu repertório para produzir textos escritos na fase de alfabetização inicial em movimentos que revelam seu translinguar (GARCÍA; WEI, 2014). Em consonância com essa visão de linguagem, debatemos que o conceito de transferência entre línguas, muito utilizado para explicarmos o processo de construção de conhecimento por sujeitos bilíngues, revela uma visão de linguagem monoglóssica e que, portanto, a partir de lentes translíngues e heteroglóssicas, não podemos conceber as aprendizagens de bilíngues a partir do ato de transferir saberes construídos em uma língua para a outra língua (GARCÍA, et al., 2021). De outra feita, esclarecemos que ao considerar a integridade do repertório, não se tratam de transferências linguísticas, mas sim, de acessos. Um conhecimento construído em uma determinada língua compõe o repertório singular do sujeito bilíngue, e pode ser acessado por outra língua, sempre que necessário. 

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