Abstract

O objetivo do presente trabalho é apresentar as relações entre eurocentrismo como padrão cognitivo imperial e o pensamento social de Jürgen Habermas. Tal análise será levada a cabo pela discussão do método comparativo bastante comum à tradição das ciências sociais europeias e cujo uso em Habermas torna possível entrever o monismo universalista característica de sua teoria em que a Europa é tomada como norma, significante mestre, medida de todas as outras sociedades e civilizações do mundo. Para desenvolver o objetivo delineado, foram escolhidas, basicamente, duas obras, uma dos anos de 1980 e outra do início do século XXI com o intuito de mostrar como a narrativa habermasiana se mantém basicamente presa ao que designamos por padrão cognitivo imperial europeu pela qual se entreve uma geopolítica de classificação da população mundial cuja dinâmica se iniciou em 1492 com a conquista da América.

Highlights

  • The objective of the present work is to present the relations between Eurocentrism as an imperial cognitive pattern and the social thought of Jürgen Habermas

  • A hipótese a orientar a argumentação que segue é, portanto, a de que, embora utilizando uma linguagem mais condizente com os avanços operados pelas ciências sociais no século XX, sobretudo, a de Max Weber e a do chamado “giro linguístico”, Habermas mantém assombrosamente vínculos, a exemplo do próprio Weber[4], com o lugar imperial ocupado pela Alemanha no contexto do sistema mundo moderno/colonial, tomando a Europa como um marcador universal, o significante mestre da história (CHAKRABARTY, 2000), o espaço geográfico-civilizacional onde a modernidade se expressa em toda a sua intensidade

  • O gesto intenta antes revelar “filiações mundanas” (SAID, 2011), a cumplicidade assumida pela forma discursiva habermasiana, como narrativa heroica dos europeus, com o padrão cognitivo imperial, com a “[...] ideia de que as pessoas não conseguem sobreviver sem as conquistas teóricas ou culturais da Europa”

Read more

Summary

Introduction

Guerra Mundial, A dialética do esclarecimento de Theodor Adorno e Max Horkheimer pretendeu ser uma das críticas mais duras e incisivas à promessa de liberdade, de felicidade e de progresso da razão iluminista europeia cuja consequência mais drástica foi a produção de sociedades totalitárias, sem espaço para a diferença.

Objectives
Results
Conclusion
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call