Abstract
O policial militar do Estado do Rio Grande do Sul, ao ser transferido para a reserva remunerada, desde agosto 2015 deve preencher a chamada “Ficha de Desligamento”, contendo 20 perguntas sobre sua vida funcional. Foram analisados 1622 Fichas de policiais militares masculinos e 228 Fichas de policiais militares femininos, todos transferidos para a reserva remunerada entre agosto/2015 e Novembro/2017. Como comparativo, também foram analisadas 187 Fichas de Bombeiros militares masculinos. Não há bombeiros femininas aposentadas. Constatou-se que os policiais militares, masculinos e femininos, estão satisfeitos em sua profissão. Os maiores índices de satisfação referem-se aos seus relacionamentos pessoais, como o trato com superiores, pares e subordinados, e a satisfação em ser policial militar. Observou-se menor satisfação nos aspectos salariais e outras questões pecuniárias. Há espaço para gestão dos administradores visando propiciar maior participação do efetivo na apresentação de sugestões, na melhoria das condições do local de trabalho no que tange à segurança, organização e limpeza, em propiciar maior desenvolvimento profissional e um maior reconhecimento dos superiores com relação ao trabalho desenvolvido por seus subordinados.
Highlights
The military police of the State of Rio Grande do Sul, upon being transferred to the remunerated reserve, since August 2015, fill in the so-called pre-retirement consultation form, containing 20 questions about your functional life
A transferência para a reserva remunerada é um momento de transição que começa a causar efeitos na vida pessoal e profissional do policial militar alguns anos antes do momento exato em que ela se concretiza
Terão muitos anos de vida pela frente, necessitando uma preparação psicológica e física para enfrentar adequadamente essa transição da vida militar ativa para outra vida que podemos chamar de “vida civil ativa”, que é o tempo que começa desde a aposentadoria e vai até o fim de sua vida, e suas possibilidades de novas rotinas e também do inevitável envelhecimento e seus efeitos deletérios
Summary
A carreira do policial militar possui muitas expectativas, diversos anseios, algumas preferências e somente uma certeza: após cumprir seu tempo de serviço, ele irá se aposentar, num processo que, no meio castrense, chama-se “transferência para a reserva remunerada” e que será tratado, no decorrer do artigo, como “aposentadoria”. Embora não seja objeto de estudo do presente artigo, a experiência do autor, em seus 30 anos de vida militar, permite a percepção que existem muitos quadros de depressão entre os policiais militares que são transferidos para a reserva remunerada, bem como há o surgimento de doenças emocionais e físicas. O presente artigo tem por objetivo analisar como o policial militar viveu sua carreira, o quão satisfeito ou insatisfeito ele se sentiu ao concluir seu tempo de serviço e de que maneiras os gestores da instituição, conscientes dessa percepção, poderão atuar. Aos gestores, gerir adequadamente os recursos humanos e materiais, qualificando a vida profissional do policial e trazendo ganhos para ele e para a sociedade gaúcha
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Schedule a callMore From: Revista Brasileira de Estudos de Segurança Pública
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