Abstract

Este artigo apresenta resultados da investigação cujo objetivo consistiu em analisar a percepção de um aluno com Transtorno do Espectro Autista sobre o seu processo de inclusão na Universidade Federal de Goiás (UFG). Utilizamos como técnica de coleta de dados a entrevista semiestruturada e os dados foram analisados através da técnica de análise de conteúdo de Bardin (1977). A pesquisa constatou a necessidade de formação dos profissionais do núcleo de acessibilidade no que diz respeito à inclusão dos estudantes com autismo, tendo em vista o despreparo desses profissionais no entendimento das particularidades desse grupo de alunos. Outrossim, tornou-se evidente que o suporte psicológico prestado pelo Programa Saudavelmente por meio do Grupo Asperger tem ajudado o estudante com TEA a lidar com o stress vivido em diferentes situações em âmbito acadêmico. Sobre as questões pedagógicas e sociais na universidade, ficou claro que os interesses específicos desses alunos podem ser utilizados para o desenvolvimento de atividades acadêmicas importantes que favoreçam o seu desenvolvimento e aprendizagem. Embora os estudantes com autismo tenham aptidões para se envolver em atividades de pesquisa, o mesmo não ocorre em relação ao engajamento nas atividades coletivas, como a realização dos trabalhos em grupo, o que lhes causam angústia, stress e dificuldades. Por fim, a pesquisa ressalta que é relevante a concretização de estudos que visem ampliar as informações sobre a inclusão de pessoas com autismo na universidade, o que possibilitará o entendimento do processo de dificuldades e superação desses estudantes até a chegada ao Ensino Superior.
 Recebido em: 09 de maio de 2019Modificado em: 02 de outubro de 2019Aceito em: 26 de outubro de 2019

Highlights

  • This paper portrays the results of a research which objective was to analyze the perception of a student with Autism Spectrum Disorder (ASD) on his own entry process at the Federal University of Goiás (UFG)

  • Numa perspectiva inclusiva, faz mister que o professor se aproxime desses alunos sem preconceito, disponibilizando-se a aprender coisas novas, a abrir-se para o inesperado, assumindo os riscos de lidar com o não usual, trabalhando com suas habilidades, o que pode, de certa maneira, libertá-los do aprisionamento a que muitos deles se referem

  • Dessa forma, pensamos que talvez a problemática não esteja em revelar ou não a identidade autista, mas na importância e urgência da formação dos estudantes universitários e dos docentes para que sejam capazes de compreender as diferenças, para que sejam capazes de apagar os seus a priori para dar lugar à subjetividade desse Outro, não sacrificando a individualidade e liberdade desses estudantes

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Summary

Instrumentos de coleta de dados

Como principal instrumento de coleta de dados, foi elaborado um roteiro de entrevista semiestruturada contendo informações preliminares e importantes, tais como: apoio do Núcleo de Acessibilidade aos alunos com TEA; relação professor-aluno e aluno-aluno; aspectos pedagógicos e físicos da UFG e inclusão dos alunos com autismo

Análise dos dados
Discussão e resultados
Universidade acessível para alunos com TEA
Olfato e paladar
As relações sociais estabelecidas nos espaços acadêmicos
Considerações finais
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