Abstract
Quando Louis Malle escolheu colocar nas telas o tema da cooptação do jovem camponês Lacombe Lucien (1974) em vez de frisar a resistência francesa, ele adentrou num campo minado com a crítica de cinema da revista Cahiers du Cinéma. Num contexto de crescente politização, a publicação dedicou ao filme artigos em torno das teorias da enunciação, da semiologia, da criação de estereótipos e especialmente em torno da onda retrô. Por mais de um ano, o cineasta foi acusado de estar fascinado pelo nazismo ao invés de denunciá-lo. O assunto tabu para os franceses acendeu um debate intenso entre Pascal Bonitzer, Serge Daney, Pascal Kané, Serge Toubiana, Michel Foucault e Marc Ferro, que analisamos nesse artigo para ampliar a compreensão da metodologia da crítica de cinema francesa daquele momento.
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